segunda-feira, 2 de março de 2015

ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA: A concepção do homem na história do Ocidente

Autor: Prof. Ms. Leandro César 

A espécie humana manifesta suas características essenciais em todas as épocas e lugares. Por características essenciais compreende-se a inteligência, vontade, liberdade, criatividade, engenhosidade, sociabilidade, abertura ao transcendente, trabalho, etc...

Afirmar que uma pessoa que vive no século XXI é mais inteligente que a humanidade na pré-história é uma afirmação falsa. Afirmar que por possuir tecnologias como internet, aviões, satélites, meios de comunicação de massa, armas sofisticadas etc..., determina um desenvolvimento do cérebro do homem moderno maior que o dá pré-história é afirmar algo falso. A história demonstrou que faz parte de nossa espécie desenvolver conhecimento e transmiti-lo para as gerações seguintes, as quais aperfeiçoam o conhecimento adquirido repassando-o novamente. Desta maneira verifica-se uma tradição contínua de desenvolvimento e aperfeiçoamento do conhecimento. Um exemplo para ilustrar esta afirmativa: digamos que um bebe sobrevive a um naufrágio. Por um acaso, foi parar em uma ilha deserta e conseguiu sobreviver às diversas dificuldades que encontrou. Por não ter recebido nenhum tipo de formação, ele provavelmente viveria como alguém da pré-história ou como um animal.

A humanidade demonstra capacidade de inventar ferramentas que possibilitem sua sobrevivência e desenvolvimento. Esta característica (o homo faber) permite a constatação de que o trabalho e o uso de tecnologia em seu exercício faz parte da essência do homem. A humanidade tende à beleza, à estética, ao belo (homo aestheticus) e é aberta ao transcendente (homo religiosus). A realização de suas potencialidades depende do convívio com os outros. Por isso, é possível afirmar que a pessoa somente se conhece e se desenvolve na medida em que convive com os demais (homo socialis). Diversas características presentes na espécie humana são presentes em outros seres vivos. Contudo, o conhecimento de nossa inteligência (homo sapiens) demonstra que há na humanidade elementos que a distingue como o raciocínio abstrato, introspecção, capacidade criativa, capacidade de resolver problemas, de produzir cultura e inová-la, de produzir fogo, vestir-se e desenvolver tecnologias. Além disso, a humanidade é a única espécie dotada de liberdade e de conhecer pela intuição, ou seja, ela é capaz de uma compreensão que ultrapassa os limites dados pela lógica, sentidos e emoções.
O conhecimento de algumas das principais características humanas é importante, pois permite uma visão crítica da concepção do homem desenvolvida na filosofia. Diversos pensadores procuraram conhecer a identidade humana no decorrer da história. Neste estudo será apresentado as principais reflexões sobre a concepção do homem na idade clássica, média, moderna e contemporânea.

Os que primeiro se destacaram foram os filósofos gregos.

1.    A concepção clássica do homem (séc. VI a.C. – séc. VI d.C.)

A concepção clássica do homem desenvolve-se na cultura grega arcaica a partir do século VIII a.C. A reflexão sobre o homem possuía três linhas dominantes[1]:

·         Linha teológica: Havia uma nítida distinção entre o mundo dos deuses e o mundo dos homens. Os gregos viam os deuses como imortais e felizes e os homens como mortais e infelizes.
·         Linha cosmológica: O homem é capaz de admirar a ordem e a beleza do universo. A admiração (thauma), segundo Platão e Aristóteles deu origem a filosofia. As cidades e a vida social devem se inspirar nesta ordem. Por isso, os gregos deram origem à ciência do comportamento chamada Ética.
·         Linha antropológica: A alma humana era vista pelos gregos em uma dupla dimensão: o lado apolíneo e o lado dionisíaco. O lado apolíneo conduz o homem ao pensar e agir de forma positiva. O lado dionisíaco às forças do eros, do desejo e da paixão. O tema da alma (psyché) era apresentado como uma realidade separada do corpo e que se reencarna várias vezes na história. A figura social ideal é a do herói (sábio, guerreiro, justo).

1.1  A concepção do homem na filosofia pré-socrática

Diógenes de Apolônia (499-428 a.C.) afirmava que o homem é superior aos outros animais. Segundo ele, o homem é capaz de contemplar os astros, de produzir tecnologia, através da linguagem é capaz de manifestar seu pensamento[2]. Provavelmente, foi o primeiro filósofo a apresentar a ideia do homem como um ser dotado de natureza corporal-espiritual, cuja natureza se manifesta na cultura por meio de suas obras[3]. A individualidade do homem, a semelhança do universo, é ordenada[4].

Os Pitagóricos afirmavam que “a estrutura matemática do mundo corresponde a estrutura matemática da alma (harmonia)”[5]. Os Sofistas contribuíram conceituando o homem como um animal racional[6].

Diversos filósofos contribuíram nesse período à reflexão sobre o homem. Contudo, Sócrates foi quem estabeleceu um marco que determinou uma nova visão sobre o homem.

1.2  O conceito de alma, segundo Sócrates

O “humano” segundo Sócrates só pode ser compreendido a partir do princípio interior presente em cada homem, ou seja, a partir de sua “alma” (psyché). A alma é a dimensão interior, é a parte mais nobre do ser humano, sua essência, a sede da areté (excelência e virtude)[7]. Ela orienta a vida humana para o justo e o injusto.

1.3  A antropologia platônica

Platão (428-348 a.C.) estabeleceu um dualismo entre corpo e alma. Segundo ele, a alma é um “princípio de movimento”, ela é ordenada por um movimento profundo para o mundo das Ideias, uma realidade transcendente. Essa concepção o levou a afirmar a imortalidade da alma. O logos e o eros precisam ser equilibrados para a contemplação do Belo absoluto[8].  

1.4  Antropologia aristotélica

Aristóteles (384-322 a.C.) afirma que o homem possui uma estrutura biopsíquica, é formado por psyche e soma. A psyche humana distingue-se dos animais devido à presença da racionalidade. O ser humano é um ser ético-político, pois o homem é essencialmente destinado à vida em comum na polis, na qual se realiza como ser racional[9]. O homem é compreendido como um ser de paixão (pathê) e desejo (órexis). Além dessas dimensões da psyché, segundo ele, existe a vertente irracional (alógôs)[10].

1.5  Antropologias da Idade Helenística (séc. III a I a.C.)

Duas escolas se destacaram durante a época helenística: o epicurismo e o estoicismo. A antropologia de Epicuro é rigorosamente materialista[11].  O homem é um ser que sente. O conhecimento humano começa e termina nas sensações. Segundo ele, a psyché é um agregado de átomos que se dissolve com a morte. A finalidade da vida humana é o prazer. Por isso, o homem deve ser sereno de ânimo, não ter temor aos deuses, ter sabedoria para distinguir os verdadeiros prazeres, desvalorizar a vida política e cultivar amizades[12].
O Estoicismo buscava, assim como o Epicurismo, refletir sobre o “viver feliz”. Os filósofos dessa escola refletiram sobre as paixões como obstáculo ou auxílio para a virtude[13].  Eles afirmaram que os homens são iguais diante da natureza universal e criaram o conceito de lei natural, sobre o qual se funda o direito natural[14].

1.6  A antropologia neoplatônica

O neoplatonismo abarca um longo período (séc. III a VI d.C). Durante esse período se unia filosofia e religião. Plotino foi um dos principais pensadores desse período. Plotino pensava o homem em sua unicidade, a liberdade é expressa na transcendência da psyché sobre a physis, a manifestação plena da sociabilidade está na vida virtuosa em sua comunhão com os semelhantes e com Deus[15].

2.    A concepção cristão-medieval do homem (séc. VI ao XV d.C)

A concepção cristão-medieval era teológica. Contudo, permanecia fundamentada muitas vezes em conceitos oriundos da filosofia grega. A Bíblia e a filosofia grega eram os principais instrumentos utilizados nesse período.

2.1  Concepção bíblica do homem

Embora possua forte ligação com a antropologia grega, a concepção bíblica parte da linguagem da revelação. Por isso, o ponto de partida pressupõe a origem divina do homem. 

Os principais aspectos da antropologia bíblica:

·         A unidade do homem: a humanidade é imagem de Deus, chamada a viver em comunhão com ele. Esta comunhão pode ser acolhida ou não. A salvação do homem é um dom dado a quem a acolhe.
·         Jesus é o arquétipo da visão sobre o homem: Para a fé cristã a humanidade é entendida a partir da pessoa de Jesus Cristo.
·         A unidade de ser: a visão cristã apresenta o homem como uma triconomia: soma, psyche e pneuma (1Ts 5,23).

2.2  Concepção patrística do homem

O gnosticismo opôs-se ao cristianismo afirmando o dualismo platônico, segundo o qual a carne é uma realidade má. No entanto, a patrística firmava-se na Encarnação afirmando a importância do “fazer-se carne” (Jo 1,14)[16].
O primeiro grande teólogo que escreveu sobre a concepção cristã do homem foi Santo Irineu de Lião. Em sua obra Adversus Haereses, afirmou que o homem é reflexo da glória de Deus[17]. Santo Agostinho apresentou o tema da liberdade e do livre-arbítrio. Afirmou que Deus está presente como interior e superior ao homem[18]. Apresentou o tema do pecado original e o da teologia da graça presentes na antropologia paulina. O principal tema antropológico abordado por Agostinho foi sobre o homem imagem de Deus. O teólogo apresenta a ressurreição de Cristo como antecipação da promessa da restituição da unidade do homem ferida com o pecado original. O homem é um ser itinerante, cuja vida é ordenada para Deus, por isso, há uma inquietação constante no coração do homem[19].

2.3  Concepção medieval do homem

A influência da filosofia grega, da patrística e de Santo Agostinho predominou nos autores medievais. Os escritos de Agostinho influenciaram fortemente até o século XII e os escritos de Aristóteles a partir do século XIII.  A principal síntese da antropologia medieval se encontra em Santo Tomás de Aquino (1225-1274).

3.    A concepção moderna do homem (séc. XV a XVIII)

Na modernidade surgem diversas antropologias. A história da concepção moderna do homem passa por uma sucessão de perfis filosóficos.

3.1  A concepção do homem no humanismo

A Renascença (séc. XIV ao XVI) é conhecida como idade do humanismo. A literatura antropológica desse período é muito vasta. O tema da dignidade foi muito abordado durante a renascença.
O humanismo rompe com a visão teocêntrica e inaugura uma antropologia antropocêntrica, onde o homem é considerado em si mesmo. O homem é visto como o centro da criação, possuidor de uma dignidade natural, inerente à sua própria natureza, um microcosmo que reproduz em si a harmonia do cosmo[20]. Portanto, este período retoma os ideais gregos e romanos que exaltam o homem em sua plenitude e valorizam a vida terrena[21].
O tema do homem universalis[22] surgiu neste período com as grandes navegações. O principal problema com a descoberta de novos povos era sobre a unidade e igualdade da natureza humana. Contudo, esta questão possuía uma forte conotação política[23].
A antropologia da Renascença rompe com a imagem medieval cristã do homem e inaugura a imagem racionalista do homem que prevalece nos séculos XVII e XVIII.

3.2  A concepção racionalista do homem

O tema do homem racional presente na filosofia grega é retomado a partir do séc. XVII em uma nova perspectiva. O ser humano e a vida passam a serem explicadas à luz do mecanicismo[24].
René Descartes (1596-1650) estabelece-se uma visão dualista do ser humano. O espírito, pensamento que pensa a si mesmo e que oferece consciência de si, está em oposição ao corpo-máquina e à natureza enquanto um agregado de objetos sem alma[25].
O empirismo inglês (séc. XVII) foi uma importante versão do racionalismo. John Locke (1632-1704) foi seu principal representante. A antropologia de Locke traçou a imagem do ser humano que prevaleceu nos séculos XVIII e XIX[26]. Segundo ele, o que distingue o homem é o trabalho de seu corpo e a obra de suas mãos, cujo produto, incorporado ao Estado lhe oferece uma propriedade[27]. O indivíduo e Deus são os únicos soberanos na sociedade. Nela o indivíduo encontra sua autonomia no isolamento de sua vida privada[28].

3.3  A ideia do homem na época da Ilustração

O movimento conhecido como idade da Ilustração estende-se de 1680 a 1780. Ele surgiu com a antropologia de Locke e com o mecanicismo de Newton. Os ideais da Ilustração influenciaram a política, filosofia, religião, ciência, literatura, arte. A partir do século XVIII o “espírito” da Ilustração passa a ser uma característica da civilização ocidental[29]. A Razão passou a ser encarada como infalível, a história passou a ser analisada a partir da noção de progresso da Razão. A tarefa do homem é levar a termo as obras da Razão[30].
O termo humanidade recebeu um significado nitidamente secularizado. Lima Vaz comenta:

A compreensão do homem que a Ilustração tem em vista não dá primazia à sua relação com o divino ou com Deus, como nas antropologias clássica ou cristão-medieval. Nela ocupa o lugar central a relação com os outros homens e a assunção dos indivíduos na majestosa hipóstase da Humanidade, que A. Comte divinizará[31].

Voltaire, Diderot, Espinoza, Gusdorf foram alguns dos principais pensadores desse período. O ideal revolucionário marcou profundamente esta época que visava uma nova ordem mundial. A Revolução Francesa encarnou radicalmente os ideais da Ilustração[32]. A Antropologia como ciência se estabelece neste tempo. O ser humano passou a ser analisado em seu contexto geográfico e cultural.

4.    As concepções do homem na filosofia contemporânea

A designação filosofia contemporânea abarca os séculos XIX e XX.

4.1  A concepção do homem no Idealismo alemão

O Romantismo foi um movimento de sensibilidade e ideias que foi se formando ao longo do século XVIII. Ele deve ser compreendido em suas origens para que seja possível compreender a concepção do homem no Idealismo alemão.
Os autores da corrente pré-romântica eram resistentes às ideias iluministas mecanicistas de Newton e empiristas de Locke. Enfatizavam a primazia do sentimento sobre a razão. Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi um dos representantes desse movimento. Desenvolveu uma antropologia que se opõe tanto à antropologia clássica de tipo platônico, quanto à antropologia cristão-medieval. Ele rejeita toda forma de transcendência, a cultura e a moral existente[33].

Herder em sua antropologia afirmava que o homem é um ser de linguagem, a qual é a própria forma humana da racionalidade e não um dom divino[34]. Segundo ele, o homem se distingue do animal, pois enquanto os animais são presos ao mundo circundante do instinto, o homem é aberto infinitamente ao mundo propriamente humano[35].
As ideias filosóficas presentes no Romantismo foram formuladas pelos filósofos do Idealismo alemão. Hegel, foi um dos principais pensadores idealistas.

4.2  A concepção hegeliana do homem

Hegel, dentre as diversas contribuições à concepção do homem na idade contemporânea, vê na história o “progresso na consciência da liberdade”, ou seja, a humanidade manifesta cada vez mais o seu ser livre[36].

Conclusão

O presente estudo se propôs apenas a elencar algumas das principais reflexões a respeito da concepção do homem na humanidade. Contudo, a partir da panorâmica realizada é possível identificar a constante secularização da imagem humana após o período do Iluminismo. O homem torna-se cada vez mais concebido em seu aspecto material. Destaca-se o trabalho, o homem máquina, a busca pelo prazer, a liberdade e racionalidade que se manifesta na produção técnica e científica. Contudo, as afirmativas sobre o homem atual não são capazes de negar absolutamente sua dimensão psíquica e espiritual. Para a teologia e para a fé, o homem é dotado de uma unidade de corpo e alma criada à imagem e semelhança de Deus. A humanidade é dotada de racionalidade, pois participa da glória de seu criador, é dotada de liberdade para acolher a comunhão com ele neste mundo e na vida eterna. Além disso, é capaz de amar, pois somente o amor é capaz de conduzir o convívio humano à maturidade e dignidade a qual é chamado.


BIBLIOGRAFIA

LANDMANN, Michael. De Homine. Der Mensch im Spiegel seiner Gedanken, 1962.

VAZ, Henrique Lima. Antropologia Filosófica. V.1. São Paulo: Edições Loyola, 2004.
Irineu, Adversus Haereses, Livro III.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da Filosofia. Dos pré-socráticos a Wittgenstein. 13ª Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2010.
 ROBLE, Odilon. Conhecimento do homem, da Natureza e da Sociedade. Curitiba: IESDE, 2009.
GUSDORF, Georges. Les sciences humaines et la pensèe occidental. Les origins des sciences humaines. II. Paris: Payot,1967.
TOTARO, Francesco. Non di solo lavoro. Ontologia della persona ed etica del lavoro nell passaggio di civiltà. Milano: Vita e Pensiero, 1998.





[1] VAZ, Henrique Lima. Antropologia Filosófica, 20-23.
[2] Cf. M. Landmann, De Homine, 53-64.
[3] Cf. VAZ, Henrique Lima. Antropologia Filosófica I, 24.
[4] Cf. Idem, 25.
[5] Ibidem, 25.
[6] Cf. Idem, 27.
[7] Cf. Idem, 28.
[8] Idem, 30-32.
[9] Cf. Idem, 36-38.
[10] Cf. Idem 39.
[11] Cf. Idem, 41.
[12] Cf. Ibidem, 41.
[13] Cf. Idem, 43.
[14] Cf. Idem, 44.
[15] Cf. Idem, 47.
[16] Cf. Idem, 53.
[17]  Cf. Irineu, Adversus Haereses, Livro III.
[18] Cf. VAZ, Cláudio Henrique Lima. Antropologia Filosófica, I, 55.
[19] Cf. Idem, 57.
[20] Cf. MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da Filosofia. Dos pré-socráticos a Wittgenstein. 13ª Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2010, 144
[21] Cf. ROBLE, Odilon. Conhecimento do homem, da Natureza e da Sociedade. Curitiba: IESDE, 2009, 55.
[22] Cf. GUSDORF, Georges. Les sciences humaines et la pensèe occidental, II, 307-329.
[23] Cf. VAZ, Cláudio Henrique Lima. Antropologia Filosófica, I, 70.
[24] Cf. Idem, 71.
[25] Cf. DESMOND, William. A Filosofia e seus outros modos do ser e do pensar. São Paulo: Edições Loyola, 2000, 123.
[26] Cf. VAZ, Cláudio Henrique Lima. Antropologia Filosófica, I, 79.
[27] Cf. TOTARO, Francesco. Non di solo lavoro. Ontologia della persona ed etica del lavoro nell passaggio di civiltà. Milano: Vita e Pensiero, 1998, 57.
[28] Cf. VAZ, Cláudio Henrique Lima. Antropologia Filosófica, I, 80.
[29] Cf. Idem, 85-86.
[30] Cf. Ibidem, 86.
[31] Idem, 88.
[32]Cf.  Ibidem, 88.
[33] Cf. Idem, 102.
[34] Cf. Ibidem, 102.
[35] Cf. Idem, 103.
[36] Cf. Idem, 107.

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